sexta-feira, 18 de abril de 2008

QUIETUDE


“ E o discípulo entrou no Santuário do seu Coração”.


Nele havia um Altar, sobre o qual ardiam duas luzes.

Ele compreendeu que essas eram as luzes da sua própria Vida. Eram ele mesmo.
A chama de luz que lhe estava mais próxima era de muitas cores vibrando na riqueza do seu colorido e emanando ligeiro fumo. Ele reconheceu os seus pensamentos e emoções e ainda, os seus sofrimentos, pelo próprio ritmo familiar das suas Vibrações.


A segunda chama estava mais longe, incolor, mas os seus raios penetravam tudo, até as cores mutáveis da primeira luz.
Imóvel na sua antiga pureza, brilhava tranquilamente, respirando uma paz tão grande como a própria Eternidade.

Então o Mestre vestido de branco aparece:

Apanha as luzes com as suas mãos e troca os seus lugares dizendo: a partir deste instante olhas a vida inconstante através da luz da Eternidade em vez de, como estás fazendo até agora, olhá-la através da luz efémera que torna tudo mais difícil.

Quem és tu? Quem és tu? Quem és tu?

E a esta pergunta meditativa tens de responder mergulhando na vida passada, na ignorância de tantos anos e na ilusão dessa mesma vida. E sentir que aquela para quem olhavas e tudo quanto vias não te pertencia. Tudo quanto viveste não se assemelhava contigo. Eras, apenas a espectadora da tua própria vivência e não aquela que representava.

Olha com indiferença esses tempos passados, reconhece a ilusão de tudo quanto viste e de tudo quanto foste – pois nada é teu. E és outra – a verdadeira, a Real...
A quem procuras? Aquela que procuras não está aqui. Partiu e não volta mais; não chores por ela!

Os lugares percorridos do passado ficam para trás; não há retorno, mas sim uma continuação.
Pensa na liberdade adquirida…de forma sofrida … e caminha ao encontro da VIDA.

2 comentários:

Anónimo disse...

Acho um poema muito bonito, apesar de eu próprio nunca deixar o passado para lá do presente... embora outras pessoas também pensem que, para lá do presente, fica o futuro... e este (presente) não existe. (ilustração: "- Daqui por um minuto, já é passado", "E daqui por um segundo?".

Então, tá bem!

Carlos

Maria Luisa Adães disse...

Apenas existe o presente e este poema

Maria luísa