quinta-feira, 22 de maio de 2008

TRANSFORMAR O MUNDO!


Podemos transformar o mundo
Podemos transformar a forma,

E todos se admiram
E todos ficam estupefactos
E todos se vão interrogar!

E eu digo:

Ao impulso damos o Espírito
Ao movimento damos a Alma.

A Natureza fala
E pede clemência ao Homem …

E escutando essa forma suave de pedir …
Aprendemos a acreditar,

… Num Mundo melhor!

Maria Luísa

sexta-feira, 16 de maio de 2008

MAGIA




Sou mágica, num mundo em que não faço desaparecer o Mal
E o Bem não aparece, mercê dessa Magia.
Tudo quanto é visível, continua visível
E a minha magia não transforma o mundo
Em que vivo.
Transformar … é um passe de mágica que os próprios mágicos,
São incapazes de realizar.
Transformar o mal, modificar tudo para o bem do homem?
Magia sem mistérios e sem ilusões? Apenas a magia dos corações?
E isso é possível?... Mudar o mundo?
E para maior alegria fazer voar as flores,
Respirar o seu aroma cândido e dolente;
Fazer voar os animais, as fadas, os duendes
E dar-lhes um mundo quente de ternura …

Fazer voar as mentes absortas
Em pensamentos sombrios
E dar-lhes vivacidade sem sombras
E apenas dar a Luz mágica do dia,
As estrelas brilhantes da noite
E fazer voar o mal,
Para um poço bem fundo
Ou sem fundo…
Fazê-lo desaparecer e dar lugar
Ao Bem e às flores de perfume encantado,
Ainda não nascidas neste mundo?

Isto sim! É – Magia!

sábado, 10 de maio de 2008

CÂNTICO DE AMOR


Cantam à minha volta e o som do canto, envolve-me e lança a minha sensibilidade para o Infinito. Deixo de ser Eu e vem a outra; a que escreve melhor, a que diz coisas diferentes, a mais difícil de entender…mas Ela é melhor do que eu sou!
Vamos ouvi-la; Ela vem de outro lugar e traz outro cântico de amor…Vamos ficar com Ela e comigo, também. E para ser mais fácil, tornamo-nos Uma…apenas uma, ou escrevemos um diálogo de amor – as duas!
Continua o cântico a envolver o lugar e enquanto espero o Seu regresso – o regresso daquela personagem etérea que diz coisas tão belas…começo a sonhar!

No meu sonho há quatro personagens:

Três delas estão juntas, vestidas de negro, de cara escondida:
A outra, distancia-se das três primeiras, vestida de cores claras e tem a face sorridente.
Olha-me de frente e eu distingo os seus olhos verdes…
Quatro personagens – três delas juntas…a outra separada; sentadas numa mesa ampla e comprida – e não são fictícias – eu conheço-as! Mas fazem parte de um sonho!
Eu digo:
- Não quero acreditar – mas continuo a vê-las e sei que são verdadeiras, como o tudo e o nada no meu sentir! Espero a minha Amiga, mas alguém me veio visitar, antes Dela.
E o meu cântico de amor?
E o nosso diálogo?
E o teu dizer tão rico e nobre?
E a nossa cumplicidade?

Tudo perdido por um sonho…Não soube esperar por Ti! Adormeci e sonhei; um sonho sem encanto.
E descobri que três delas iam morrer…e a outra tinha descido para as receber e as levar, para um outro lugar.

E Aquela que eu esperava? Deixou que adormecesse…para saber, o que ia acontecer.

E assim terminou o meu cântico de Amor.

Perdoem a desilusão!

sexta-feira, 9 de maio de 2008

NÃO SEI...




As mais lindas palavras de Amor
São ditas no silêncio de um olhar




Não sei o que sou
Não sei quem sou
Não sei onde estou
…E para onde vou
Não Sei! Confesso!

Queres-me mesmo assim?
Amamo-nos como sempre?
Não repudias este não saber
De nada … Nem de ti?
E o amanhã?

Sorri …
Para que o mundo seja mais gentil
Por ti e por mim …

Aceitas esta forma subtil e árdua
De Amar,
Própria de mim?
Tão a meu jeito?

Aceitas?

Então … És meu!

Meu Amigo, meu marido, meu Amante!


Não te quero longe …

Nunca!

quarta-feira, 7 de maio de 2008

CONVERSA COM UM PINTOR


Não sei se sou humilde – confundo, um pouco, o sentido dessa palavra...
Um dia, um Pintor amigo, disse-me: - procure ser humilde, nas dificuldades surgidas quando pretende fazer, a mistura das cores.
Na realidade, eu sentia essa sensação difícil, para mim, ao tentar misturar as diversas cores.
Mas a palavra Humildade – deixou-me perplexa…E respondi:
- Eu sou humilde! Não sei a que se refere…
Sei que nada sou,
Entendo as dificuldades, só minhas,
Aceito as facilidades dos outros,
E lamento, não ser mais diligente,
Na mistura das cores,
Sou humilde no viver, no dizer.

Diga-me como devo Ser!
E se for possível, EU SOU!

Mas defina a minha falta de humildade…
Não define?
Então, eu vou aprender a pintar!

Levei as tintas (das mais caras em preço), os pincéis, a tela e a minha vontade.
Em determinada altura o Pintor disse-me (vendo a falta de habilidade) – tem de ser humilde! - Eu olhei estupefacta para ele e respondi:
Eu sou humilde!
E ele continuou a insistir na necessidade desse sentimento, para aprender uma arte (que admiro) …mas não me pertence…não é minha.
E aí eu pensei – vou desistir, não tenho o dom de saber pintar. Reconheço a minha falta de talento. E nessa aceitação – eu sou humilde!
Calei-me naquela sala, cheia de gente, desejosos de aprender.
E eu com raiva a misturar as cores e a sujar tudo à minha volta – incluindo, eu própria.
Não sei pintar! Desisto e é tudo! Não tem nada com humildade!
É esta a conclusão a que cheguei!
Adeus pintura! Tanto gosto de ti!
Mas não sei pintar!
Escrevo, não sei bem como…mas gosto de escrever!
E esta foi a minha última conversa com o Pintor!

GEORGE ORWELL


“1984”, George Orwell
Descreve o mais totalitário
Dos regimes,
“Em que o próprio pensamento
Pode ser crime”.
“Clara Barata” – colecção Mil Folhas 1984. Público 6 Nov. 2002
Jornal Cultura


Escrevi alguns livros – escrevi e continuo a escrever e não posso deixar de citar 1984 como um alerta, à nossa Liberdade!

Só eu conto no contexto em que escrevo e sou verdadeira, na forma de escrever.
Assim, Eu Sou!
Estes são os meus Diários, depois de escrever as Nove Cartas.
Num Diário tudo pode aparecer, depende da forma de viver e dos acontecimentos a chamarem a minha atenção.

Tornei a ler 1984 – parece lendário e impossível de acontecer e Ele próprio na sua ficção, conta a desilusão, das teorias lançadas ao mundo pelo próprio mundo.
Foi inesperado tornar a ler este livro e falar dele, neste diário. Espero não contundir, nem encontrar objecção.
Mr. Orwell – é esta a minha época, cheia de contradições.

Mas temos liberdade! Nada foi como previu!
Sinto-me feliz, por isso…e continuo a escrever, num confessar de todos os dias.


Maria Luísa

terça-feira, 6 de maio de 2008

MEU AMIGO


O tempo deixou de ser medido; não sei contar as horas, os minutos, os segundos e por essa razão, mandei parar todos os relógios da Terra!
E Eles obedeceram a este estado confuso!
Os relógios do Mundo pararam – a meu pedido! E gerou-se uma terrível convulsão…

Neste instante escolhido, peço a tua amizade, para me ser possível entender a razão, deste estado caótico, criado por mim. Olha e vê … os relógios parados … e o mundo submerso onde o tempo deixou de contar.

Acorda a minha Alma; dá-me a luminosidade mágica das estrelas; enriquece o meu caminho de luz amarela e branca, numa mistura de amor e faz-me esquecer os reflexos da ilusão transitória. Te ofereço a minha Prosa Poética para que me digas quem Eu Sou e eu possa acordar e mandar ligar os relógios parados – por minha culpa e o mundo entre no seu pulsar, como pulsa o meu coração.

Hoje eu posso ler o “Livro Sagrado dos Poetas”; escolho o meu caminho; entro por entre as sombras e a luz ilumina a obscuridade do meu sentir...

Lanço o meu abraço no Espaço e olho…lentamente o amanhecer e conto as horas, os minutos, os segundos. Abro o coração e na sua tranquilidade ele entra no Templo para meditar…e não para pedir!...

E sou outra, diferente da primeira…nascida neste instante!
Saúdo quantos encontro; feliz por o tempo estar a contar as horas, os minutos, os segundos e tudo ter sido um pesadelo, criado por mim.

ÈS TUDO! Eu nada sou!...Ou sou, um pouco mais, CONTIGO!...
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