sábado, 10 de maio de 2008

CÂNTICO DE AMOR


Cantam à minha volta e o som do canto, envolve-me e lança a minha sensibilidade para o Infinito. Deixo de ser Eu e vem a outra; a que escreve melhor, a que diz coisas diferentes, a mais difícil de entender…mas Ela é melhor do que eu sou!
Vamos ouvi-la; Ela vem de outro lugar e traz outro cântico de amor…Vamos ficar com Ela e comigo, também. E para ser mais fácil, tornamo-nos Uma…apenas uma, ou escrevemos um diálogo de amor – as duas!
Continua o cântico a envolver o lugar e enquanto espero o Seu regresso – o regresso daquela personagem etérea que diz coisas tão belas…começo a sonhar!

No meu sonho há quatro personagens:

Três delas estão juntas, vestidas de negro, de cara escondida:
A outra, distancia-se das três primeiras, vestida de cores claras e tem a face sorridente.
Olha-me de frente e eu distingo os seus olhos verdes…
Quatro personagens – três delas juntas…a outra separada; sentadas numa mesa ampla e comprida – e não são fictícias – eu conheço-as! Mas fazem parte de um sonho!
Eu digo:
- Não quero acreditar – mas continuo a vê-las e sei que são verdadeiras, como o tudo e o nada no meu sentir! Espero a minha Amiga, mas alguém me veio visitar, antes Dela.
E o meu cântico de amor?
E o nosso diálogo?
E o teu dizer tão rico e nobre?
E a nossa cumplicidade?

Tudo perdido por um sonho…Não soube esperar por Ti! Adormeci e sonhei; um sonho sem encanto.
E descobri que três delas iam morrer…e a outra tinha descido para as receber e as levar, para um outro lugar.

E Aquela que eu esperava? Deixou que adormecesse…para saber, o que ia acontecer.

E assim terminou o meu cântico de Amor.

Perdoem a desilusão!

4 comentários:

Anónimo disse...

Quando sentires a saudade retroar
Fecha os olhos e verás o meu sorriso.
Ternamente te direi a sussurrar:
Que a Amizade é bela como o paraíso
Quem sabe, vibrará em teus ouvidos
Voz macia a recitar muitos poemas…
E a expressar que a amizade em nós ungindo
Suportará toda distância sem problemas…
Quiçá, teu rosto sentirá um beijo leve
Como pluma a flutuar por sobre a neve,
Como uma gota de orvalho indo ao chão.
Lembrar-te-á toda ternura que expressamos,
Sempre que juntos, a emoção partilhamos…
Nem a distância apaga, da poesia esta paixão.
Lord_Darkness

Anónimo disse...

Coisas maravilhosas que escreve; como posso entender o seu sentir, os seus sonhos, as suas realidades, a sua vida noutro local, em paralelo com a minha vida?
Tão perto e tão distante... tão dentro do meu sentir!

Vou esquecer esta forma de dizer e este encanto, meu e teu!
E os nossos mundos? Quiçá a nossa solidão - Quem somos? Quem somos?
Uma ilusão?Uma verdade? Um sentimento maior? OU NADA?...

Filhos de um Deus Maior; linhas paralelas, no caminho Eterno desta Vida e da outra Vida.

É isto que somos?
Por isso digo e repito o dizer -

Não gosto do virtual! ...Não gosto!
Mas para nós, criaturas errantes, é o melhor que pode acontecer.

Com carinho,

Maria Luísa

Anónimo disse...

É um lugar-comum em quase todos os poetas novéis maldizer do destino e tecer elogios ao desânimo aos vinte anos de idade.
Resulta daqui que as verdadeiras dores, caindo no descrédito comum, não podem achar indulgência da parte de ninguém; e quando um poeta, na aurora da vida e nos primeiros movimentos da inspiração, se lembra de traduzir, em um hino de sua lira, uma dor que o consome ou um desânimo que o abate, a multidão recebe o hino e o poeta com o mesmo sorriso de incredulidade reservado para todos.
Será entretanto impossível esta situação? A mocidade é o tempo das ilusões; a mocidade dos poetas é eterna. A imaginação mais viva dá maior corpo e maior luz aos sonhos e às quimeras. Tanto mais vivas são, tanto maior é a dor de os ver desvanecidos. Ora, figure-se um coração ardente, uma imaginação exaltada, um espírito veemente, abrindo os olhos ao mundo fantástico das quimeras e dos sonhos. Figure-se tudo isto, e veja-se se, ao primeiro desencanto, ao primeiro obstáculo, esta criatura sensível não deve manifestar as suas dores e os seus desprazeres na linguagem veemente e franca que Deus lhe deu.

Lord_Darkness

Anónimo disse...

Incrível o seu desabafo solitário!
Incrível porque é belo - demais -
e me dá uma lição à exigência que eu faço ao mundo e à vida!
"A Mocidade dos Poetas é eterna"
palavras suas e agora minhas...

Os olhos enchem-se de lágrimas,
Das chamadas lágrimas
Que simbolizam Tudo.

O teu silêncio
O teu Luar,
O teu perfume
E também o murmúrio

Do teu estar

...Me vão acompanhar...

Até lá
Volto sempre,
Na esperança de te falar.

Nostálgico e brando ...

Maria Luísa