quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Silêncio

Estou tão perto do silêncio
Maria del Carmen e a Magia das Rosas.
Oferta

Que me confundo com ele...

Esbocei o arquétipo
Distorcido
Perdido
Alterado

Pelos espelhos prateados
Partidos, gravados,
Num tempo simulado.

Olhei
E perdi-me nesse olhar

Amei e te senti rejubilar
Pela minha forma de dar,

Mas me cansei
Do rumor do amor
Da voz que sonhei

Só te falta aceitar
http://phenixbittencourt.blogspot.com.br

Oferta aos "7degraus"
Tal como sou, tal como digo.                                   

Pára e fica no tempo
Deixa-me olhar...

Com aquele olhar insensato
Do amor que te dei.

Sou um poeta
Que nunca acabou de cantar
Magoado
Perdido
Esquecido.

Espera por mim um dia,
Mas devagar sem devaneios constantes

De amores impossíveis
Desmedidos
http://perfumesepalavras.blogspot.pt

Oferta
Absurdos
Irreais.

Meus olhos fixam o universo
Meu coração pára no deserto
De antigos esplendores.
                         
Maria Luísa
                                                                                       




quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Transformar

Oferta/ Mis carícias del alma/ Com ternura agradeço

Maria Luísa
 
 É possível transformar o mundo
Fazer Voar as flores
Respirar o aroma cândido
Fazer voar animais, fadas e duendes
E dar um mundo quente de ternura?

É possível?

Fazer voar mentes absortas
E pensamentos sombrios
E dar-lhes vivacidade sem sombras
Se eu vejo erva rasteira
Em planícies longas.

É possível?

Fazer parar a saudade
Do que não ouço e não vejo
E do que vi em tempos passados?

É Possível?                             

Estendo meu corpo na areia
Muito próximo do mar
Olho as nuvens e seus arabescos
Habitantes do espaço etéreo
Por onde algumas vezes passo
E vou deixar de passar...

Ou eu peço um mundo a transformar
Numa espécie de magia só minha
E não tenho quem me acompanhar?

É possível
Que tudo seja inventado
E desejado por mim
E eu tenha entrado num mundo
Sem clarões e sem jardins?

É possível?

Talvez tudo isto seja um erro
Talvez não exista erro
Mas exista para mim.

É possível
Eu escrever páginas em branco
E estar iludida quanto a mim?

Beija-me em silêncio
E ninguém interfira
Se tudo quanto escrevo
Não transforma o mundo, nem a mim...

Mas quero transformar o mundo
Pretendo mudar este viver
E que ele seja
Eternamente nosso
E dos outros!...

E se não posso...

Continuo a mentir
Quando digo,
Eu vivo...

Maria Luísa Adães



terça-feira, 9 de outubro de 2012

Eu Vivo...

Prémio de Sor. Cecilia Codima Masachs

A vida do poeta
Tem um outro ritmo.

Na fragilidade desse mundo
Eu vivo.

Na apatia dos ruídos da rua
Eu vivo.

Onde o silêncio murmura
E as rosas se desfolham
Eu vivo.

Na solidão das noites caladas
De vidas perdidas
Eu vivo.

No carpir das mágoas contidas
O tempo se dissolve
E eu vivo.

Na saudade antecipada da partida
Eu vivo.

Persigo há anos um sonho
Que nunca vou alcançar,
Mas vivo.

Piso a terra abandonada
Olho o céu enegrecido
E vivo contigo.

Volto ao princípio de tudo
E a noite se ilumina
Com outra claridade
E duvido se vivo.

Será que tudo emudeceu
Será que os céus estão vazios
Será que há vozes?

Entrei sem entrar
Pensei sem pensar
E representei.

Que tenho feito na vida
Se represento momentos vividos
E não sei meu nome...

Tenho pedido por mim
E por ti a todas as horas
Que passam e fogem
Aos meus pedidos.

E continuo a escrever
Sem me mover
Do mesmo recanto
Onde nasci.

E digo que continuo a viver
E minto quando digo,
Eu vivo!...

Maria Luísa Adães