quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Nada nos Falta!


Internet/ Pablo Picasso
Nada nos falta            
E desse pensamento
Temos de partir
Para a nossa dança.

Se o mundo não entende
Que importa
És e serás sempre o meu amante.

O horizonte está muito ao longe
Coberto por montanhas azuis escuras
Toldado de nuvens do pouco que resta.

Qualquer que seja o rumo de nossas vidas
Vou continuar contigo aqui e ali
Longe ou dentro do mundo.

Te amo com as imensas diferenças
E nada me ocorre como eu gostaria
Mas tenho de aprender a dar
Como tu sabes receber e amar.

Compartilhemos o tempo que nos resta
No encanto problemático do amor
Eu vou por aqui
Vem se creditas em mim.

Vem!


 Quando pediste para dançar          
Me recordei de mim
E percebi que há coisas
Que não temos de esperar.

A noite se abre e dá a clareza
Que não tinha
Há beijos sem palavras
Beijos que cantam
A eterna melodia

E sinto no ar
Os meus sonhos
Os pesadelos
E as palavras
Que não disse
E nunca vou dizer!

Como te chamas?


Poema de Maria Luísa Adães

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Quantos...



Internet
      
Quantos vêm na procura da ilusão
Quantos se encantam nessa ilusão
Quanto se retratam de forma ambígua
Quantos se mostram como não são.

Quantos falam de alegrias sonhadas
Quantos falam de vidas amarguradas
Quantos suplicam a magia tolerada
Quantos repudiam a crueza encontrada.

Quantos aconselham e outros aceitam
Quantos se deleitam no canto que embala
Das desilusões desfeitas e queimadas 
E dizem coisas que não sentem e mentem.

Quanto o encontro da palavra não é fácil
E as tornar banais à força de as usar
Nem pensar
E as intelectualizar, muito menos.

Elas caminham em segredo
Sem qualquer medo
E se deixam apanhar.

Tanta coisa que não ouviu
E devia ter ouvido e sentido
Não por mim, mas por ti.

O triste é verdadeiro
Misterioso e sublime
Quando entra no Passado
E caminha estradas do Presente.

Deixa que estas palavras se fixem no Espaço
Ultrapassem pensamentos
Nebulosos e mundanos
E eu possa ter a alegria imensa de viver...

Que não tenho!...

Maria Luísa

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Canta

Ao colocar a mão           
No peitoril da janela
Ela coloriu-se
De vermelho
Azul
Amarelo
Como se de borboleta
Se tratasse.

E a própria água
Os ia tornando maiores
Para melhor abrangerem o mundo
Para além da casa
Do jardim
Das flores
E dos amores
Escolhidos por mim.

Canta
A tua canção de amor
E vem flamante e terno
Num estar de felicidade
Constante.

Te lembras
Do que se passou
Quando te pedi rosas
Do meu jardim
No silêncio de íntimo
Fogo ardente
Que nos cobriu
E nos levou?

Importa lembrar
Ou importa esquecer?

Nada importa
Quando a vida
É cheia de Lembranças
De danças
De cantos
E corais abstratos
Vindos do fundo do mar.


Maria Luísa