domingo, 1 de novembro de 2015

MISTÉRIO

Vesti-me de mistério                     
Imagem/ Maria Laís Fett/ Rio Grande do Sul


Com trajes de cerimónia
com trajes de outras eras
para prestígio e glória
Desse mistério

Eu não quero dar-lhe vida
fazer dele o Tudo,
Mas sim o Nada

Ajuda-me a despir estas vestes
Não minhas, mas dele
Como se fosse um ser etéreo
um ser de majestade
E dele recebesse 

A existência
O destino
A verdade

Mas ele não é a verdade...

É um ser camuflado
destruído, esquecido
e vestiu-me de mistério
chamou-me de mistério
e abandonou-me
Num local perdido

E olhei à minha volta
estarrecida
esquecida por todos
E por ti meu amor

E senti-me mistério!...



Maria Luísa Adães


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